quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Corumbau lugarejo deserto no sul da Bahia

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O nome não poderia ser outro: Corumbau, que na língua Pataxó significa "lugar distante" ou "longe de tudo". É assim que nos sentimos quando vistamos este pedacinho de terra situado no sul da Bahia. Quase isolado do mundo, com acesso por uma estradinha de terra, Corumbau é o lugar prefeito para descansar e esquecer da vida agitada das cidades.


Os 15km de praias totalmente desertas terminam no encontro do rio Corumbau com o mar. Um dos locais mais bonitos da região é formado por uma ponta de areia que avança mar adento por cerca de 500 metros na maré baixa. O contraste do dourado da areia fina com o infinito azul do mar dá a sensação de estarmos em uma região remota. Para compor o cenário, um colar de recifes de mais de 1km forma piscinas naturais. Coqueiros e falésias completam esse paraíso ecológico.

É na Ponta do Corumbau que se localiza a vila de pescadores. Algumas pousadas e restaurantes também ocupam o local, um dos melhores lugares para o banho, na companhia de peixes que ficam represados nas poças da maré baixa. Nadar no mar azulado, andar pelos vários quilômetros de praias desabitadas, admirar as falésias, cavalgar, andar de caiaque no rio ou, simplesmente, descansar bastante. O programa em Corumbau tem um resultado certeiro: não há quem não relaxe em meio a tanta natureza semi-virgem.

Talvez por não ser tão fácil chegar nesse "lugar distante", Corumbau permaneça ainda hoje uma das praias mais preservadas do litoral baiano. O percurso inclui parada em Porto Seguro, viagem de jipe para Caraíva e viagem de barco até a Ponta de Corumbau, ou pode-se seguir via carro de Porto Seguro até a vila. São 220km, sendo os últimos 60 em estrada de barro. Quem puder pagar, pode ter uma viagem bem mais confortável (e rápida, cerca de 25 minutos) em aviões fretados.

Mas quem pensa que nesse cantinho do mundo não há conforto, se engana. Aqui estão algumas das mais luxuosas pousadas do país: uma combinação equilibrada de luxo e rusticidade para quem pode pagar. A preços mais em conta, pousadas situadas na vila recebem turistas que não abrem mão de conhecer essa praia quase intocada. Algo imperdível para quem gosta de natureza. Corumbau é um dos locais mais belos desse planeta, um lugar para ficar marcado na memória de quem passa por aqui.
Passeios

Que tal separar alguns dias, deixar a praia deserta de lado e visitar as redondezas de Corumbau? Ou curtir um dia no rio? Há algumas opções de passeios.

Aldeia Pataxó: vale a pena conhecer a comunidade Pataxó que vive em uma aldeia do outro lado do rio. Aí é possível comprar o típico artesanato indígena.
Rio Corumbau: há opções de passeios de caiaque, barco ou canoas nas águas calmas do rio ou de caminhadas mangue a dentro

Barra do Cahy: há 12km de Corumbau, a Barra do Cahy é considerado por alguns estudiosos como primeiro local onde Pedro Álvares Cabral teria tentado aportar. Mais do que pelo valor histórico, a visita a esse lugar vale pelo cenário espetacular, repleto de falésias. O passeio pode ser feito de barco.

Monte Pascoal: segundo historiadores, o morro foi o primeiro ponto avistado pelos portugueses. Vale um passeio na reserva do Parque Nacional do Monte Pascoal, com área de 22.500 hectares de mata atlântica. Do topo do monte, têm-se a visão do mar de um lado e da Serra do Itamaraju do outro. O trajeto é feito de carro e depois caminhada de meio dia com guia indígena.

Recifes: um dos principais atrativos de Corumbau fica por conta dos recifes formados na maré baixa. Aproveite para fazer um passeio de barco até o recife onde é possível mergulhar, ver os peixes e nadar nas piscinas naturais.

Onde ficar

Decidir onde se hospedar pode ser um dos poucos dilemas de quem visita Corumbau. Para o visitante disposto a gastar, o difícil é escolher entre algumas dos melhores hotéis da Bahia, a exemplo do Jocotoka Ecológico Resort (www.jocotoka.com.br), do Hotel Vila Naia (www.vilanaia.com.br) e da Fazenda São Francisco do Corumbau (www.corumbau.com.br). Há pousadas bem mais simples, e bem mais em conta, como a Verabeli (www.pousadaverabeli.com.br), a Tocca do Veludo (www.corumbaunet.com.br) e a Villa Segovia (www.corumbaunet.com.br/sites/vilaseg/), que também tem uma área de camping.
Como chegar
Em linha reta, Corumbau fica a menos de 100km de Porto Seguro. Mas para chegar até lá a viagem pode ser longa, a depender de quanto você quer desembolsar. De carro, são 220km de Porto Seguro a Corumbau - 60km até Eunápolis, onde pega-se a BR 101 na direção sul até Itamaraju. Siga sentido Prado até Guarani. Daí, faltam os últimos 60km de uma estrada de terra. Outra opção é seguir até Caraíva, onde pega-se um jipe e depois uma lancha. Os hotéis oferecem opções de translado em escunas ou aviões fretados. fonte: Uol- Roteiro Turístico

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Perder 24% da área produtiva para recuperar APP e Reserva Legal sairá caro para o Brasil

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Recuperar os déficits de Reserva Legal (RL) e Áreas de Proteção Permanente (APPs) ocupadas com agricultura em áreas produtivas pode custar caro para o Brasil e ser especialmente devastador para a economia de estados e municípios majoritariamente dependentes da atividade agrícola e florestal. A conclusão é do novo estudo produzido pelo coordenador da RedeAgro e diretor geral do ICONE, André Meloni Nassar e do procurador da Fazenda Nacional e autor dos livros Código Florestal Comentado, Curso de Direito Ambiental e Multa Ambiental, Luís Carlos da Silva Moraes, no momento em que se discute o Código Florestal Brasileiro, cuja revisão tramita agora no Senado.


De acordo com a pesquisa, os 64,8 milhões de hectares a recompor com florestas equivalem a 24% da área total em produção no país. Além dos custos estimados para a execução do reflorestamento, que inclui o cultivo, plantio de mudas e cercamento das áreas, há a perda de arrecadação tributária e o encolhimento da renda agrícola em torno de 20,5%.


Segundo o texto, uma redução de 24% na área produtiva acarretará em um encolhimento de 20,5% – cerca de R$ 36,1 bilhões – na renda total gerada pelo setor agropecuário. Por indução, esta diminuição na renda seria responsável por um impacto adicional de R$ 91.9 bilhões nos demais setores da economia, totalizando uma redução de 3,4% no total produzido pelo Brasil em 2005. “Lembrando que o PIB brasileiro cresceu, em termos nominais, 70% de 2005 a 2010, se trazida para valores de 2010, a perda seria de R$ 218 bilhões”, afirma André Nassar.

Efeito dominó

Nassar e Moraes estimam ainda uma provável redução de consumo de mais de R$67,5 bilhões, resultado direto do impacto da perda da renda em setores diversos da economia. Em arrecadação de tributo, seriam 8,5% a menos, reduzindo a carga tributária de 33,83% do PIB para 30,93%. “Os efeitos da retirada desse nível de grandeza da economia têm reflexos inexoráveis, com redução de emprego e renda em toda a cadeia produtiva do agro e que tem a maior parte instalada nos centros urbanos”, diz o estudo. Para estados do chamado Brasil Central, fronteiras agrícolas responsáveis por boa parte da produção de alimentos e fibras do país, como Mato Grosso, Piauí, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Acre e Roraima, os efeitos da perda de área produtiva seriam devastadores, com redução significativa do PIB.

“Uma perda de produção agropecuária nas magnitudes estimadas levaria a um atraso econômico dessas regiões, aprofundando, ainda mais, as desigualdades já existentes no Brasil”, diz Nassar, para quem a recuperação de vegetação natural sobre área produtiva puniria com maior vigor aquelas regiões com maior dependência do setor primário, emperrando de vez o processo de diversificação da economia. “Esta conta não será paga apenas no campo. Mesmo nas cidades seus efeitos serão sentidos, na indústria, no comércio e na mesa do consumidor”, conclui.

Fonte.REDEAFRO.ORG.